Três homens foram espancados nessa última segunda-feira, 08, em Parintins, por suspeita de abusarem sexualmente de uma criança de sete anos de idade, na orla do bairro União e ocupação do Castanhal. Após investigação da Polícia Civil (PC), constatou-se que acusação não passou de um boato que se espalhou pelas redes sociais de moradores da cidade.
A Polícia Militar (PM) atuou na ocorrência inicialmente, apurando a informação de que uma criança havia sido encontrada desmaiada dentro de um barco e que teria sido jogada na água, sendo socorrida por populares e encaminhada para o hospital, porém, todos esses relatos não passaram de uma invenção. Caso foi acompanhado ainda pelo Conselho Tutelar.
“O que a polícia apurou até agora é que não houve caso nenhum de abuso e que conseguiram espalhar boatos de que uma menina teria sido abusada sexualmente. Os exames [de conjunção carnal] preliminares constataram que não houve qualquer tipo de abuso na criança, e em uma entrevista com a mesma, ela não soube se quer identificar os três que foram apresentados”, declarou o delegado da PC, Adilson Cunha.
“Na realidade, os três foram conduzidos pra cá [delegacia], até para segurança dos mesmos, porque os populares, e muitos se aproveitando do ambiente tenso que se encontra o Amazonas agora nesse momento, para atear fogo no barco dos três cidadãos, e iam tentar contra a vida deles também. Então a PM os conduziu até aqui”, completou o delegado Adilson.
Ainda com as acusações preliminares da denúncia sobre o ocorrido, uma equipe de investigação foi acionado, dando inicio nas apurações. Mesmo com as conclusões iniciais da apuração, o delegado Adilson informou que o caso continuará sendo averiguado.
“Nós tratamos de imediato a investigar o caso, então foi constatado a situação que, a princípio, a menina não foi abusada, ela foi encontrada dentro da sua residência, mas a gente vai continuar tentando pegar mais informações. Então, foi mais boato do que realmente o fato ter ocorrido”, disse o delegado.
Sobre o caso
Tudo começou quando os pais da menina sentiram a falta dela, ainda pela manhã dessa segunda, e iniciaram a procura na vizinhança. Após muita procura nas proximidades, o grupo de pessoas pela busca foi aumentando. Em vistoria pela orla do bairro União e Castanhal, uma pessoa, ainda não identificada, falou que teria visto uma menina em um barco e que essa embarcação teria ido para a outra margem.
Nesse momento, populares pegaram canoas e foram até ao encontro da embarcação de nome Fonseca Júnior. A partir daí, começou o transtorno.
O proprietário do barco, o agricultor Adenil Marinho de Fonseca, de 64 anos, contou sobre o drama de ter sofrido um atentado contra a sua vida e de seu filho.
“Meu filho atravessou o rio no barco pra deixar uma caixa de isopor e voltou. Quando eu vi foi a abordagem no meio do rio e não sabia o que se passava, uma pessoa já veio pra cima de mim com o terçado no meu pescoço, dizendo que tinha uma criança no meu barco, e ai eu disse, ‘eu não sei do que você está falando’. Por pouco ele não me matou e meus filhos”, relatou seu Adenil Marinho de Fonseca.
Testemunhas disseram que os dois rapazes foram levados para uma casa nas proximidades da ocupação do Castanhal com o Residencial Parintins e lá foram espancados e por pouco não foram mortos para confessar o crime. A tia de um dos rapazes, a senhora Izabel Printes, pediu justiça.
“A situação do meu sobrinho é muito grave no hospital e a gente quer justiça. Levaram ele para o meio do mato de espancaram ele. A gente só pede da população que entenda que ele não fez nada”, desabafou dona Izabel Printes.
O caso deve ser investigado com mais profundidade, de acordo com o delgado Adilson Cunha.
Conteúdo Por Marcondes Maciel
Foto: Divulgação