“Meu objetivo nas prévias do PSDB é dar um recado forte, dizer ao partido que ele precisa se reerguer, renovar-se, dizer que precisamos mexer nos limites da social-democracia. Fazer que dê certo no Brasil, como já deu no passado”, disse o ex-ministro, ex-senador e ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, nesta quinta-feira, 19, em entrevista à Rádio Clube de Recife e Diário de Pernambuco TV.
Arthur, que é presidente do PSDB no Amazonas, também está entre os pré-candidatos às prévias do partido para escolha do candidato à presidência da República, em 2022. “O PSDB conseguiu reunir quatro nomes importantes, que se respeitam mutuamente e que têm o compromisso de sair das prévias com um novo partido”, afirmou Arthur, reforçando que os quatro candidatos às prévias [os governadores João Dória e Eduardo Leite, o senador Tasso Jereissati e ele próprio], no momento, trabalham a aprovação de seus nomes junto ao Congresso, para passarem a segunda etapa das eleições internas. Também estão previstos vários debates durante o mês de outubro, para a escolha definitiva em novembro.
Segundo Arthur Virgílio, os quatro candidatos têm o compromisso de participar dos debates não para se digladiarem, mas para extrair o que há de melhor em cada um deles e deixar que os convencionais escolham a melhor opção, aquela que vai reunir e unificar o partido. Arthur contou, ainda, que viveu uma experiência muito difícil nas eleições de 2018, quando se propôs a participar das prévias.
“Estava muito motivado, mas o Alckmin atropelou todo o processo. Eu o adverti que ele não chegaria a dois dígitos nas eleições e que juntar aquele monte de partido em torno da sua candidatura não traria bons resultados nem eleitorais nem para a vida do PSDB. E o que vivemos hoje é um reflexo daqueles tantos erros cometidos. Não podemos conviver com parlamentares do PSDB votando em distritão e voto impresso apenas por suas próprias conveniências. O PSDB precisa voltar a pensar com a cabeça de Brasil”, alertou.
Arthur Virgílio confirmou que começará suas visitas aos estados por Florianópolis (SC), nos próximos dias, e que vai cumprir uma agenda em outros estados e regiões.
Amazônia
Outro assunto que ganhou destaque na entrevista foi com relação à Amazônia, uma das bandeiras defendidas por Arthur Virgílio Neto. “Sou da Amazônia, mas mesmo que não o fosse, jamais seria alienado em relação à Amazônia. Considero uma cafonice alguém querer ser presidente da República e não entender nada de Amazônia, não conhecer o seu potencial econômico trilionário”, destacou. “Precisamos pensar nesse grande potencial da biodiversidade, das águas, e traçar um plano de desenvolvimento sustentável para a Amazônia, promovendo uma grande parceria entre o conhecimento científico formal e o conhecimento dos índios e dos povos da floresta”, afirmou.
Questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de intervenção na Amazônia, Arthur não descartou que isso venha a ocorrer e fez um paralelo com as ocupações militares e intervenções dos EUA no Oriente Médio, Europa, Japão e até mesmo na América Latina. “A má gestão da Amazônia e o desrespeito aos acordos para deter os impactos ambientais no planeta, especialmente o acordo de Paris, poderão dar o pretexto plausível para uma intervenção na Amazônia. Temos que ficar bem atentos às nossas riquezas e à nossa importância estratégica”, pontuou Arthur.
Informação Assessoria
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