A Diocese da Igreja Católica de Parintins, responsável pela administração do Hospital Padre Colombo, afirmou nessa última quinta-feira, 30, que a prefeitura do município mente ao dizer que realizava repasses de recursos mensais para unidade e assegura que a paralização para a reforma estrutural do local já havia sido informada às autoridades.
De acordo com uma nota emitida pelo gerente hospital, Marcelo Campos de Oliveira, a unidade possui apenas dois convênios, sendo, um com o governo do Amazonas através de um repasse anual dividido em 4 parcelas que totalizam R$ 2.598.447, e outro com o Ministério da Saúde no valor de R$ 278.915,85.
O gestor afirma desconhecer os repasses no valor de R$ 1.584.950,41 que a prefeitura de Parintins afirmou em nota, nessa última quinta-feira, 30, transferir para uso na unidade. De acordo com Marcelo Campos, a nota da prefeitura foi uma tentativa torpe de macular a imagem dos membros da Diocese e direção do Hospital.
A troca de acusações ocorreu após denúncias de casos de violência obstétrica que teriam causado a morte de bebês e a suspensão dos serviços da unidade hospitalar para usuários do por falta de cobertura contratual, onde a prefeitura de Parintins tentou se isentar da situação ocorrida.
Paralisação do Hospital Padre Colombo
Sem receber reforma há mais de 22 anos, o Hospital Padre Colombo suspendeu nesta sexta-feira, 01, o atendimento ao público, para realizar os devidos reparos e obras estruturais que a unidade necessita para retornar aos atendimentos de forma efetiva no município, com previsão de conclusão para 50 dias.
O bispo Dom Giuliano Frigeni, que assumiu a Diocese de Parintins em 1998, informou que desde quando entrou, a unidade passou por reforma apenas uma vez.
“Nesses 45 anos que existe o hospital, apenas uma vez ele foi reformado, em 1999 e passou 30 meses para realizar todo o trabalho. Em 2019 informamos à prefeitura de Parintins, que era necessário fazermos uma reforma na unidade, na época um engenheiro fez análises no local, com a demora para o inícios das obras, entramos em 2020 e tivemos a pandemia da Covid-19, impedindo a execução dos serviços”, declarou Dom Giuliano.
Então, mesmo com o Hospital Jofre Cohen sendo referência para atender pacientes com Covid-19, por conta da demanda, o Hospital Padre Colombo precisou de 138 novos profissionais temporários. Desse total, 51 empregados são mantidos pela Secretaria Municipal de Saúde, enquanto os outros 87 são pagos pelo próprio hospital, com recursos recebidos do Governo Federal.
De acordo com Bispo, os recursos recebidos pela prefeitura do município, foram destinados para pagar os profissionais que aturam no combate ao coronavírus.
A reforma do hospital estava prevista para acontecer antes da pandemia, sendo solicitada colaboração ao executivo municipal, mas não foi atendida. Devido aos altos registros de casos de Covid-19 e com a utilização do local comprometida, somente agora, após as baixas taxas de infecção e óbitos pelo vírus, a Diocese conseguirá iniciar as obras.
“Estamos fazendo uma reforma super necessária, de acordo com o que pedimos. Fui à Itália atrás de recursos, iremos também utilizar o restante de recurso que o Papa Francisco nos mandou, e vamos fazer essa obra, da forma mais rápida possível.”
“Precisamos que, em outubro, novembro e dezembro a prefeitura de Parintins prorrogue o convênio, que venceu em setembro, para que a gente consiga acelerar o nosso retorno. Meu compromisso é com a população, com os bebês que irão nascer, para isso a unidade está se preparando”, finalizou Dom Giuliano Frigeni.
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