Em audiência pública realizada nesta quinta-feira, 07, na Câmara Municipal de Parintins, a Diocese da Igreja Católica apresentou documentos que comprovaram o motivo da suspensão de atendimentos no Hospital Padre Colombo, seu fechamento e a omissão da prefeitura do município, que ignorou os documentos de assistências apresentados.
Na ocasião, o padre Mauro Romanello, procurador geral do hospital, apresentou a situação em que a unidade, que é privada e beneficente, se encontrava, com alto registro de atendimentos de pacientes da cidade e dos municípios adjacentes, e seus contratos firmados com o Sistema Único de Saúde (SUS).
Em documento apresentado, no dia 27 de Julho de 2021, enviado às autoridades de Parintins, foi informando a necessidade da reforma parcial do hospital, que nesse período, já havia ultrapassado o cumprimento de quase todas as suas metas de serviços prestados em número de atendimentos, exigidas no contratado com o SUS.
No dia 21 de setembro de 2021, foi formalizando um outro ofício pela direção do Padre Colombo, informando que as metas de atendimentos exigidas no contrato 001/2021, entre o hospital e o município de Parintins, já haviam sido alcançadas, e conforme padre Mauro, nenhuma resposta foi obtida pela prefeitura, e a unidade permaneceu sem cobertura jurídica e financeira.
Em 29 de setembro, a Diocese reforçou que a meta anual de atendimentos exigidas em contrato haviam sido atingidas, e de acordo com a direção, mais uma vez o prefeito de Parintins não se manifestou em nada.
Com isso, considerando a ausência de resposta do poder municipal, a direção da Diocese emitiu manifesto de desinteresse na continuidade da prestação de serviços, mas, reiterou a intenção de continuar a prestar serviços ao município, porém, com a formalização de um novo convênio ou termo aditivo.
Após essas documentações apresentadas e não correspondidas pela prefeitura de Parintins, na época, a Diocese informou que no dia 1º de outubro o hospital fecharia suas portas, por conta do impacto sofrido no auge da pandemia e da falta da cobertura financeira, para realizar devidas reformas.
De acordo o reverendo Romanello, mesmo após o desprezo pelas documentações apresentadas, sem cobertura contratual ou financeira, o Hospital Padre Colombo continuou prestando serviço à população, sem nenhuma previsão de recursos municipal, atuando em seu limite.
Mentiras
Ainda na audiência, o padre Mauro Romanello desmentiu a prefeitura de Parintins, quando o prefeito Bi Garcia havia afirmado que iria ajudar a Diocese no aumento e maior agilidade dos recursos e transferências do custo de energia e consumo de oxigênio, mas de acordo com o procurador geral do hospital isso nunca aconteceu.
Obra
Trabalhando quase 50% a mais do pactuado, com as conclusões de convênios SUS sendo finalizados em setembro, sem previsão de serem prorrogados, a direção do Padre Colombo decidiu que a reforma na unidade seria iniciada a partir do dia 1º de outubro, após mais de 20 anos sem receber qualquer reparo.
A Diocese alega ainda, que devido a infiltração de água, o setor da maternidade está com suas estruturas e piso cedendo, com rachaduras, e áreas ocas na pavimentação, podendo assim, causar graves problemas sobre as pacientes e bebês que utilizam a sala. Informando ainda, que o centro cirúrgico está desatualizado com as normas da Anvisa.
Nessas condições, a direção hospital afirma que o desgaste estrutural colocará em risco a segurança de todos que o frequentam, e por conta da baixa em casos de Covid-19 e da doação realizada pelo Papa Francisco à unidade, essa reforma em caráter de urgência foi implementada.
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