sexta-feira, novembro 22, 2024
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Hadna Abreu une arte, ciência e tecnologia em exposição ‘Amazônia ao Cubo’

‘Amazônia ao Cubo’ é o título da mais nova exposição da artista visual amazonense, Hadna Abreu, que consiste na produção de obras, literalmente ‘Cubos’, bastante sensíveis, interativos e animados, com tamanhos variados, que estimulam os quatro sentidos humanos: visão, tato, olfato e audição, de uma forma totalmente inovadora. O lançamento está marcado para este sábado, 4, às 19h, dentro da programação do circuito cultural “Amazon” que será realizado no Espaço Casa Som Amazônia, localizado na rua Travessa Planalto, n. 03, Bairro Parque 10 de Novembro, zona Centro-Sul de Manaus.

A Casa Som Amazônia atua na área de cursos, mentoria artística e produção cultural. O espaço é gerido pela cantora e cientista social Ellen Fernandes, o pianista Anderson Farias e o baterista Anderson Cerdeira. A Casa trabalha para difundir a arte e seu papel enquanto elemento transformador da sociedade. O espaço atua em três principais frentes artísticas; Experiências artísticas por meio de cursos no ensino das artes; atua na produção musical e artística, colaborando na divulgação de artistas do Norte do Brasil e mentoria artística.

A exposição ‘ Amazônia ao Cubo’ segue em cartaz, com visitação gratuita, do dia 6 ao dia 22 de dezembro, de segunda a sexta, de 19h às 21h, e no sábado, 18, das 15h às 17h, com ingressos limitados, e agendamento por meio da plataforma Sympla por meio do link https://bit.ly/circuitoamazon.

Aos que não puderem visitar a exposição, presencialmente, a artista Hadna Abreu, revela que ainda haverá outra oportunidade, a de conferir tudo, por meio do site www.hadnaabreu.com e redes sociais, por intermédio de vídeos, fotografias, textos, e outros recursos digitais ou virtuais.

Sobre o Circuito Cultural ‘Amazon’
Além do lançamento da exposição da artista Hadna Abreu, o circuito também conta com uma programação multicultural que inclui a apresentação do pocket show musical ‘Batelão da Amazônia’ da cantora Ellen Fernandes e os músicos Anderson Farias (Piano) e Anderson Cerdeira (Bateria), a participação do projeto social ‘Toque a vida pela música’ e dois outros lançamentos artísticos. A exposição de luminárias ‘Reinventa-se Amazônia’ da arquiteta (Design de Interiores) Carolina Campos e o projeto ‘Amazônia Surreal’, uma exposição fotográfica da artista visual Gisele Riker.

“É a primeira vez que a Casa Som Amazônia receberá um público externo. Eu, como representante da Casa, junto aos outros sócios Anderson Farias e Anderson Cerdeira, estamos muito realizados em poder neste momento receber artistas tão importantes no nosso espaço cultural. A importância do circuito está no fortalecimento do cenário cultural e na união desses artistas e suas obras que dialogam com o tema “Amazônia” através de linguagens plurais como as artes visuais, a música, a educação…”, ressalta a cantora, compositora e Gestora Cultural do Espaço Casa Som Amazônia, Ellen Fernandes.

Sobre a produção das obras
Segundo Hadna Abreu, todas as obras que compõem a exposição ‘Amazônia ao Cubo’ foram projetadas para serem percebidas de diferentes modos, como por exemplo, por meio da interação com sons, luzes ou sensores, e outras ferramentas eletrônicas, milimetricamente, pensadas, para que os visitantes possam explorar ao máximo, toda essa experiência artística imersiva.

“Em todas as obras, o formato cúbico conduzirá o espectador a estar presente numa reflexão: precisamos sentir mais, ouvir mais e estar mais perto. A Floresta Amazônica é a essência das obras. Cada detalhe é essencial para o objetivo final que é sentir e perceber a natureza…”, afirma Hadna, que continua: “Não será uma exposição apenas para ver, mas para tocar, cheirar e se fazer presente. Afinal, a obra para estar completa dependerá da presença humana”, conclui a artista.

“O amadurecimento deste trabalho veio em 2019, quando criei aquarelas luminosas com sensores de luz/sombra. No meu quarto escuro comecei a brincar e a desenvolver a ideia. Em 2020, me veio o convite para participar da exposição itinerante “AR – Acervo Rotativo”, onde a obra não poderia ultrapassar as medidas de 5 centímetro de largura, altura e profundidade. Foi aí que vi a oportunidade de mostrar meu mais novo “invento” para outros artistas do País, fiz o primeiro cubo com cinco centímetros cúbicos, onde havia interação com luz/sombra e sons da floresta. Neste mesmo ano participei da exposição AMAZONA, em São Paulo, onde tive a grande oportunidade de receber feedback positivo quanto ao que eu estava desenvolvendo”, conta a artista Hadna Abreu.

Acesse aqui a exposição “AR”: www.Instagram.com/acervorotativo

Segundo Hadna, a sua principal inspiração para a concepção da exposição é a própria Amazônia (rica e expressiva) e toda a sua diversidade de cheiros, aromas, texturas e belezas, tendo ainda, como principal referência neste processo, as pesquisas sobre cogumelos bioluminescentes (que emitem luz),da bióloga do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e também orientadora da exposição, Noemia Kazue.

Arte, ciência e tecnologia
“Meu vínculo com essas três áreas do conhecimento vem desde a infância. Meu espírito sempre foi curioso para saber como as coisas se comportam, como funcionam. Meus bichos de estimação, eram insetos, e minha diversão era desmontar coisas eletrônicas para ver seus dispositivos e observar as coisas pequenas com lupas e microscópio”, revela Hadna Abreu.

O projeto “Amazônia ao Cubo” conta com a participação super especial da pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), e estudiosa dos cogumelos há mais de 30 anos, Noemia Kazue Ishikawa.

Noemia Kazue Ishikawa. (Divulgação)

Ishikawa é bióloga por formação, mestre em Microbiologia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa e doutora em Environmental Resources pela Hokkaido University – Japão, com pós-doutorado no The Tottori Mycological Institute (Japão) e na Clark University (Estados Unidos). Atua na área de micologia, trabalhando com biologia e fisiologia de fungos formadores de cogumelos; cultivo de cogumelos comestíveis (fungicultura) e busca de novos compostos antimicrobianos de origem fúngica. Atualmente, é coordenadora da Pós-Graduação em Ecologia do Inpa.

Além de pesquisa em laboratório e orientação de alunos, Ishikawa tem forte atuação no campo e na etnomicologia – conhecimento do papel dos fungos pelos Yanomami em Roraima e Amazonas, a exemplo dos cogumelos comestíveis e os fungos Perisi, uma estrutura similar a uma fibra que é usada em cestaria (comercializada como artesanato), respectivamente. Outra frente de trabalho da pesquisadora também é a educação e popularização da ciência.

“A Noemia é uma pesquisadora visionária e admiro muito sua trajetória na ciência. Além de ter me apresentado o mundo dos cogumelos, também é alguém com olhar ampliado para novas possibilidades. Eu a conheci através da ilustração de um livro, tive o prazer de ilustrar cinco publicações com a orientação dela. O último foi exatamente o “Brilhos na Floresta”, de sua autoria, onde pude conhecer mais de perto os fungos bioluminescentes”, conta Hadna.

‘Brilhos na Floresta’ foi produzido por Noemia em conjunto com Takehide Ikeda, japonês, pesquisador de cores dos seres vivos, do Centro de Pesquisa de Vidas Selvagens, Universidade de Kyoto/Japão; o indígena Aldevan Baniwa, filho de mãe Tukano e pai Baniwa, agente de combate às endemias, Fundação de Vigilância em Saúde, Manaus/Brasil, Carla Bruno, antropóloga, linguista, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia-Inpa, e o Senhor Aluísio, produtor rural, homem do interior, conhecedor da fauna e floresta amazônica, e contou com ilustrações da artista visual Hadna Abreu.

Com treze anos de carreira, o músico, violonista, compositor e designer de som César Lima é quem assina a trilha sonora do projeto ‘Amazônia Ao Cubo’. Segundo a artista Hadna Abreu, César é o grande responsável por transformar o projeto em algo sensível aos ouvidos e à imaginação.

“Esse tipo de produção musical não costuma ser muito comum em Manaus, pelo menos, não no mercado das Artes, isso acontece mais em publicidade. É um processo que requer muito estudo, criação de sons, experimentações, além, é claro, da utilização de equipamentos específicos como gravadores e adaptadores para emulação de textura e ambiências e sons oriundos de lugares exóticos como por exemplo, os sons das plantas.” Destaca César Lima, que continua:

“Hadna é uma pessoa maravilhosa. Sou fã do trabalho dela em aquarela, e acho incrível todas as sacadas que ela tem, que possibilitam viagens integradas como essa do ‘Amazônia ao Cubo’. Creio que daqui a alguns anos, com certeza, ela será uma das maiores referências das artes em nossa terra, ela é uma legítima representante do norte”, conclui.

Um outro personagem muito importante para o desenvolvimento do projeto é o Engenheiro Eletrônico e especialista em energia solar, Ricardo Pinto. “Desde 2019, estamos trabalhando juntos para a realização de obras de interação. Nesse novo projeto, Ricardo desenvolveu uma série de aparatos tecnológicos inspirados numa Amazônia sensível e comunicativa. Tudo o que eu projetei, ele primordialmente colocou em prática, com muita qualidade!”, afirma Hadna Abreu.

“Um dos meus maiores desafios, talvez tenha sido desenvolver e compilar o programa computacional e achar os módulos pré-definidos para interagir com a ideia da artista, mas como o mundo da Eletrônica não tem limites, e o Amazônia ao Cubo extraiu de mim um potencial criativo enorme, juntos conseguimos alcançar resultados excelentes e bastante satisfatórios. Parabenizo a Hadna por conseguir unir tudo isso. Essa combinação é bastante inovadora. Tenho certeza que o ‘Amazônia Ao Cubo’ contribuirá e muito para uma grande expansão no mundo artístico.” Ressalta Ricardo Pinto.

Ellen Fernandes, cantora, arte-educadora, empreendedora da música, e uma das maiores vozes que ecoam no coração desta floresta úmida é quem dá ‘Voz aos Cubos’. “Ellen é a responsável pela voz da floresta e por fazer deste projeto algo lindo, e extremamente sensível aos ouvidos e ao coração. Este não é nosso primeiro projeto juntos, mas a emoção de poder contar com a sua participação na nossa “Amazônia ao Cubo” é uma grande emoção”, compartilha, Hadna Abreu.

“O Amazônia ao Cubo me encanta em muitos aspectos, tanto no sentido artístico como na forma colaborativa em que diversas áreas se uniram para dar vida ao cubo; a música, a tecnologia, a pesquisa, as artes visuais, me encanta a seriedade e comprometimento da Hadna com sua arte e com questões profundas que envolvem a Amazônia, das quais estamos em constante diálogo. Eu realmente me senti honrada pelo convite dela para ser a voz dos cubos e também me colocar como um ser da floresta. Porque de fato estamos unindo nossas vozes em diferentes projetos para falar, cantar, pintar e contar sobre a Amazônia que vivemos”, afirma Ellen Fernandes, que continua:

“Musicalmente foi uma experiência forte, pois a voz deveria representar seres da floresta, um desafio proposto pela Hadna. Eu que tenho mergulhado nos últimos anos nessa temática tive uma experiência estética e musical muito significativa” conclui.

 

 

Informação Assessoria 

Foto: Divulgação 

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