A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a suspensão das audiências de testemunhas no processo que investiga a suposta trama golpista para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023.
As primeiras oitivas estão marcadas para a próxima segunda-feira (19) e devem incluir depoimentos do ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, e do ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Batista Júnior.
Segundo os advogados de Bolsonaro, o pedido de adiamento se baseia na alegação de que a defesa ainda não teve acesso integral ao material reunido pela Polícia Federal (PF), mesmo após decisão do próprio Moraes determinando a entrega de todas as provas. A equipe jurídica sustenta que não é possível preparar uma defesa adequada sem esse conteúdo.
“Iniciar a instrução sem que a defesa conheça aquilo que não interessou à acusação é impedir que qualquer alternativa surja nos autos”, afirmaram os advogados, acrescentando que isso comprometeria o direito à ampla defesa.
Os depoimentos mais esperados estão agendados para o dia 30 de maio, quando devem ser ouvidos o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o deputado federal Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde. Os três foram arrolados como testemunhas pela defesa do ex-presidente.
Bolsonaro e outros sete acusados tornaram-se réus em março deste ano, após o STF aceitar denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Eles respondem por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado.
