A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (28/8), a Operação Barões do Filão, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida em garimpo ilegal no interior do Amazonas, além de crimes como lavagem de dinheiro e exploração de trabalhadores em condições análogas à escravidão.
A ofensiva ocorre nos estados do Pará (Itaituba e Novo Progresso), Mato Grosso (Sinop), Rondônia (Porto Velho) e Piauí (Regeneração), onde foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão. A Justiça também determinou o bloqueio de bens e ativos financeiros no valor de R$ 74,1 milhões, montante estimado como equivalente ao dano ambiental causado pela atividade ilegal.
As investigações tiveram início após uma fiscalização no local conhecido como “Filão dos Abacaxis”, área de garimpo localizada no Amazonas e considerada uma das mais lucrativas da América Latina. Na ocasião, cerca de 50 trabalhadores foram resgatados em situação degradante, com indícios claros de condições análogas à escravidão.
De acordo com a PF, o esquema criminoso envolvia um responsável principal pelo garimpo, que arrendava poços a terceiros. Esses arrendatários contratavam trabalhadores para operar na extração de ouro, utilizando substâncias tóxicas como o cianeto, o que provocava graves impactos ambientais.
A Operação Barões do Filão é um desdobramento das ações Mineração Obscura e Mineração Obscura 2, que também investigaram práticas semelhantes na região amazônica, com foco na repressão ao garimpo ilegal e ao trabalho escravo.
A operação contou com o apoio do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI-Amazônia), que articula ações entre os nove estados da Amazônia Legal brasileira e os países que compartilham a floresta amazônica.