segunda-feira, outubro 13, 2025
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Aumento do trabalho infantil para crianças de 5 a 9 anos acende alerta de ONG

O Brasil registrou em 2024 um salto no número de crianças entre 5 e 9 anos envolvidas em trabalho infantil, segundo levantamento do IBGE analisado pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. O panorama, que já vinha de uma trajetória de queda, voltou a piorar e causou alerta entre organizações da sociedade civil.

Em 2023, cerca de 100 mil crianças nessa faixa etária estavam em situação de trabalho infantil, o equivalente a 6,19% do total de crianças de 5 a 9 anos. Em 2024, esse número subiu para 122 mil, ou 7,39%, configurando o maior percentual já registrado desde o início da série histórica em 2016.

A diretora-executiva da Fundação, Mariana Luz, classificou como inaceitável o cenário, argumentando que crianças dessa idade deveriam estar envolvidas com atividades típicas da infância como brincar, aprender e crescer, e não com trabalho infantil, que fomenta desigualdades e perpetua exclusão social desde cedo.

Especialistas apontam que condições de vulnerabilidade socioeconômica e a falta de suporte adequado, como escolas de tempo integral, são fatores que contribuem para esse aumento. Muitas mães, sem acesso a creches ou atividades complementares, acabam recorrendo à inserção das crianças em trabalhos domésticos ou informais.

Embora o Brasil tenha conseguido reduzir significativamente as piores formas de trabalho infantil até 2024, esse progresso não foi suficiente para conter o crescimento do fenômeno entre os mais novos.

No recorte mais amplo, que considera crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, houve ao longo de oito anos uma queda de 21,4% no número de pessoas em situação de trabalho infantil. Contudo, de 2023 para 2024 também se observou um aumento de 2% nesse grupo.

Outro ponto de atenção é o recorte racial: embora crianças pretas e pardas representem cerca de 66% da população brasileira entre 5 e 9 anos, elas compõem 67,8% dos casos de trabalho infantil nessa faixa etária, evidenciando desigualdades estruturais persistentes.

ONGs e órgãos públicos defendem a adoção imediata de políticas robustas, com financiamento adequado, fiscalização rigorosa e intervenções específicas nas regiões mais afetadas, para que o país possa cumprir seu compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, em especial a meta de erradicar o trabalho infantil em todas as suas formas até 2025.

Informação Agência Brasil 

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