Os dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam um cenário de desigualdade de gênero no mercado de trabalho brasileiro. Apesar de apresentarem níveis mais altos de escolaridade, as mulheres continuam recebendo salários menores que os homens em praticamente todas as faixas de renda e ocupação.
De acordo com o levantamento, 28,9% das mulheres com mais de 14 anos concluíram o ensino superior, enquanto entre os homens o índice é de 17,3%. Ainda assim, o rendimento médio feminino ficou em R$ 2.506 mensais, contra R$ 3.115 para os homens — uma diferença de R$ 609.
A disparidade aumenta entre profissionais com formação universitária: homens com ensino superior completo ganham em média R$ 7.347, enquanto mulheres na mesma condição recebem R$ 4.591, o equivalente a cerca de 60% da renda masculina.
Embora representem 52% da população brasileira, as mulheres compõem apenas 43,6% da força de trabalho. Entre os homens, 62,9% da população com mais de 14 anos está empregada, ante 44,9% das mulheres.
O levantamento também mostra que elas se concentram em áreas como educação, saúde e serviços domésticos, setores tradicionalmente mais precarizados — neste último, as mulheres representam 93,1% dos trabalhadores. Já nas ocupações técnicas e industriais, como operadores de máquinas ou cargos em segurança pública, a presença feminina é minoritária.
As desigualdades se aprofundam quando se consideram recortes raciais: mulheres pretas, pardas e indígenas ganham ainda menos que as brancas e amarelas, mesmo com níveis de escolaridade equivalentes.
O Censo 2022 evidencia, portanto, que o avanço educacional das mulheres não tem se traduzido em igualdade de oportunidades e remuneração, reforçando a necessidade de políticas públicas e medidas empresariais voltadas à equidade de gênero e raça no mercado de trabalho brasileiro.
Informação Agência Brasil