Moradores do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, encontraram cerca de 50 corpos em uma área de mata nesta quarta-feira, um dia após uma grande operação das forças de segurança estaduais. A ação, chamada Operação Contenção, foi realizada na terça-feira e é considerada uma das mais letais da história do estado.
Os corpos foram reunidos na Praça São Lucas, dentro da comunidade, por iniciativa dos próprios moradores. Relatos locais indicam que essas vítimas não estariam incluídas na contagem oficial do governo, que inicialmente divulgou 64 mortes, sendo 60 suspeitos e quatro policiais.
O ativista e morador Raul Santiago fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais e classificou o episódio como uma das maiores chacinas da história do Rio de Janeiro. Segundo ele, a população está revoltada e pede esclarecimentos imediatos sobre o número real de mortos e as circunstâncias em que ocorreram.
Até o momento, a Polícia Militar e demais órgãos oficiais não confirmaram a origem dos corpos encontrados nem explicaram por que não teriam sido contabilizados. As famílias aguardam a retirada dos corpos pelo Instituto Médico Legal, enquanto cresce a tensão na comunidade e o questionamento sobre a forma como a operação foi conduzida.
O caso reacende o debate sobre a letalidade das operações policiais nas comunidades do Rio e sobre a necessidade de transparência na divulgação dos dados oficiais. Organizações de direitos humanos pedem uma investigação independente e cobram que o Estado garanta justiça e apoio às famílias das vítimas.




