O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Subprocuradoria-Geral de Direitos Humanos e Proteção à Vítima, realizou nesta quinta-feira, 30 de outubro, uma perícia independente nos corpos das vítimas da Operação Contenção. A ação ocorreu no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto, na zona portuária da capital fluminense, e contou também com o acolhimento de familiares das vítimas.
A Operação Contenção, realizada no dia 28 de outubro nos complexos da Penha e do Alemão, resultou em 121 mortes, segundo informações preliminares. Diante da gravidade dos fatos, uma equipe técnica do MPRJ, formada por oito peritos e acompanhada por um promotor de Justiça, acompanhou de perto todo o processo de perícia. O objetivo é garantir a independência técnica dos laudos e o cumprimento das determinações da Corte Interamericana de Direitos Humanos e do Supremo Tribunal Federal, no âmbito da ADPF 635, conhecida como “ADPF das Favelas”.
Além da perícia, o MPRJ mobilizou o Núcleo de Apoio às Vítimas (NAV) para manter contato com entidades da sociedade civil e familiares, oferecendo informações sobre serviços de apoio e acolhimento. O Programa de Localização e Identificação de Pessoas Desaparecidas (PLID) também foi acionado para auxiliar na identificação de corpos que ainda não foram reconhecidos.
Durante todo o dia, promotores e peritos estiveram nas dependências do IML e em um espaço anexo destinado aos familiares, garantindo transparência, respeito e escuta ativa. O trabalho do MPRJ busca assegurar que o processo de identificação e liberação dos corpos seja conduzido com rigor técnico e sensibilidade diante da dor das famílias.
A atuação independente do Ministério Público ocorre em um contexto de intensos questionamentos sobre a operação policial, marcada por um número recorde de mortos e cobranças por parte da sociedade civil por respostas e justiça. Com a iniciativa, o MPRJ reforça seu compromisso com os direitos humanos, a verdade dos fatos e o respeito às vítimas.


 
                                    

