Na manhã desta terça-feira (29/07), o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), com apoio das Polícias Civil e Militar, deflagrou a Operação Militia, que resultou na prisão de oito policiais militares e um perito da Polícia Civil, suspeitos de envolvimento com formação de milícia e crimes como roubo, extorsão e sequestro. A ação é coordenada pela 60ª Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública (Proceapsp).
A operação, que mobilizou cerca de 150 policiais, cumpriu nove mandados de prisão e 16 mandados de busca e apreensão, inclusive no Batalhão da Força Tática, no Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), no bairro Praça 14, zona sul de Manaus. Entre o material apreendido, estão 14 pistolas, três fuzis, um revólver, um fuzil de airsoft, 653 munições, 14 celulares, três veículos e mais de R$ 10 mil em dinheiro. As armas serão periciadas para apuração de ligação com crimes de homicídio.
A investigação teve início após um sequestro ocorrido em fevereiro deste ano, no bairro Manoa, que foi registrado por moradores e amplamente divulgado pela imprensa. O caso levantou a suspeita do envolvimento de agentes públicos, e, a partir dele, o MPAM identificou outras duas vítimas que foram extorquidas em mais de R$ 300 mil.
Os alvos da milícia, segundo o MP, eram pessoas ligadas ao crime e familiares, das quais os agentes exigiam dinheiro, joias e objetos de valor. A investigação agora busca identificar mais vítimas, rastrear o dinheiro e pertences subtraídos, e localizar outros envolvidos.
Durante coletiva, o promotor Armando Gurgel Maia, titular da 60ª Proceapsp, destacou que as investigações continuam e que novos desdobramentos são esperados. Já o coronel Klinger Paiva, comandante-geral da PMAM, reforçou o apoio à operação, afirmando que os policiais investigados não representam os mais de seis mil homens da corporação.