Dados do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) mostram que, em junho de 2025, o Amazonas teve redução nos principais indicadores ambientais. Houve queda no desmatamento e nos focos de calor em comparação com o mesmo mês de 2024, reforçando os esforços de vigilância e fiscalização.
Segundo o Ipaam, o número total de alertas de desmatamento e áreas desmatadas apresentaram queda significativa. Em maio, por exemplo, a área desmatada caiu 21,09%, totalizando 9.649 hectares, frente aos 12.229 hectares de 2024. Já os alertas recuaram 38,05% (1.706 registros ante 2.754) e os focos de calor diminuíram 37,5%, passando de 40 para 25 ocorrências.
Esses indicadores mensais se somam às demais reduções registradas no primeiro semestre, como a queda de 82,9% no desmatamento entre 1º de janeiro e 10 de fevereiro, com 475 ocorrências (11,95 km²), ante 2.780 ocorrências (52,98 km²) em 2024. No mesmo trecho, os focos de calor diminuíram 65,5%, de 194 para 67. Já em abril, o desmatamento recuou 16,65% (8.860 hectares ante 10.630), enquanto os focos despencaram 72,72%, de 33 para apenas 9.
O diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, destacou a importância da tecnologia satelital e da fiscalização integrada: “Monitoramos quase em tempo real, o que dá agilidade para conter o desmate”. A coordenadora do Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP), Priscila Carvalho, alertou que nem todos os focos de calor têm origem criminosa, podendo ser controlados ou naturais, e exigem análise criteriosa antes de aplicação de sanções.
Além do uso intensivo da tecnologia, o Ipaam adota medidas como multas, embargos e apreensão de equipamentos. O Decreto Federal nº 6.514/2008 prevê punições de R$ 5 mil por hectare desmatado ilegalmente, com valor dobrado em caso de uso de fogo. Queimadas agrícolas não autorizadas também são autuadas, com multa de R$ 3 mil por hectare.
A atuação conjunta entre o Ipaam, ministros estaduais, forças de segurança e o Ministério da Justiça tem sido apontada como essencial. O convênio “Programa Brasil Mais” e investimento em monitoramento remotos aceleram a resposta às infrações.
Apesar das conquistas, o Amazonas enfrenta desafios: o risco de retomada de desmatamento e incêndios cresce no período da seca, condicionado ainda pelas mudanças climáticas e crises hídricas regionais