O Brasil voltou a sair do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2025”, divulgado nesta segunda-feira (28). A decisão da FAO (agência da ONU para a alimentação e agricultura) considera os dados de subnutrição no país entre 2022 e 2024, que caíram abaixo de 2,5% da população, patamar que retira oficialmente um país da lista.
A última vez que o Brasil esteve fora do Mapa da Fome foi em 2014. No entanto, voltou à relação em 2021, após o aumento da insegurança alimentar e da pobreza durante a pandemia de Covid-19. Agora, o país registra uma queda significativa na fome severa e volta a se destacar positivamente no cenário global.
De acordo com o relatório, entre 2022 e 2024 a média de brasileiros em situação de subnutrição caiu para 2,4%. Em 2023, de forma isolada, o índice já havia sido de 2,8%, o mais baixo em quase uma década. A ONU também destacou que cerca de 14,7 milhões de pessoas deixaram de viver em insegurança alimentar severa em apenas um ano, reduzindo esse índice de 8% da população para apenas 1,2%.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou que o país superou a meta inicialmente prevista para 2026. “É uma conquista histórica. O Brasil alcança esse resultado com base em políticas públicas bem coordenadas, como o novo Bolsa Família, o Plano Brasil Sem Fome e o Programa de Aquisição de Alimentos”, disse.
Segundo a ONU, a saída do Mapa da Fome é resultado direto da priorização de políticas de segurança alimentar, da recomposição orçamentária de programas sociais e da ampliação do acesso à alimentação adequada. A FAO ainda destacou a participação do Brasil na articulação de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada durante a presidência brasileira do G20 em 2024.
Com a retirada do Brasil da lista, a América do Sul volta a ter apenas um país com prevalência de subnutrição acima do limite tolerado pela ONU. O relatório reforça que a experiência brasileira pode servir como referência para outras nações em desenvolvimento.
A tendência é que o país permaneça fora do Mapa da Fome se mantiver os atuais índices nos próximos anos. A ONU deve confirmar os dados consolidados no relatório de 2026, com base nas médias trienais de 2023 a 2025. Para isso, a manutenção dos programas sociais e do monitoramento nutricional será considerada fundamental.