sexta-feira, agosto 1, 2025
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Carla Zambelli é presa na Itália e pode ser extraditada ao Brasil

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL‑SP) foi presa nessa última terça-feira (29) em Roma. Zambelli estava foragida desde maio por ter sido condenada a dez anos e quatro meses de reclusão, por unanimidade, pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela foi acusada de organizar a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo a inserção de documentos falsos como um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

Prisão na Itália e próximos passos

A detenção ocorreu em um apartamento na capital italiana, após alerta da Interpol, que incluiu o nome da parlamentar em sua lista vermelha. Zambelli foi levada à delegacia e permanecerá detida por até 48 horas enquanto as autoridades italianas decidem se a manterão presa ou se adotarão medidas alternativas, como prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.

Em seguida, será analisada a solicitação formal de extradição apresentada pelo governo brasileiro, com base no tratado bilateral com a Itália firmado em 1989 — que já deu origem a precedente no caso Henrique Pizzolato, também cidadão italiano. A decisão final caberá ao governo italiano, com a chancela da primeira‑ministra Giorgia Meloni.

Se a extradição for concedida, Zambelli deverá retornar ao Brasil para cumprir a pena. Como a condenação já transitou em julgado, não cabem mais recursos judiciais.

Mandato parlamentar e processo de cassação

Apesar de licenciada desde 5 de junho por motivos de saúde e interesse particular, Zambelli mantém formalmente seu mandato de deputada. A perda efetiva dependerá de deliberação da Câmara dos Deputados ou da ocorrência de ausência não justificada nas sessões.

Com a prisão em outro país, o processo deve se acelerar. A Mesa Diretora da Câmara, a Justiça Eleitoral e até procedimento por ausência podem levar à cassação definitiva. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos‑PB), já determinou o início da tramitação do processo pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Panorama jurídico e diplomático

A legislação italiana geralmente impede a extradição de seus próprios cidadãos, mas o tratado com o Brasil permite exceções em casos como o de Zambelli. A Justiça italiana avaliará cláusulas como perseguição política ou religiosa, prescrição ou risco de violação de direitos humanos. Caso negue a extradição, pode oferecer cumprimento alternativo da pena em território italiano.

No plano político e diplomático, o caso motivou reação no Parlamento italiano. O deputado Angelo Bonelli denunciou que a Itália não pode se transformar em abrigo para fugitivos de golpes institucionais e exigiu resposta do governo sobre a execução do tratado de extradição.


Resumo dos próximos passos

Etapa Descrição
Audiência inicial Até 48h para decidir prisão preventiva ou monitoramento eletrônico na Itália
Processo de extradição Análise judicial italiana seguida de decisão política do governo italiano
Retorno ao Brasil Se concedida a extradição, cumprimento da pena de mais de 10 anos
Perda do mandato Iniciativa conjunta entre Câmara, TSE e possível cassação por faltas
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