“Acredito que isso vai ser realmente um marco na nossa virada do combate à Covid-19. (Aqui temos) espaço reservado, capacidade de atendimento, e é importante nessa etapa em que a capital já cumpriu sua grande missão e agora temos que apoiar o interior. Vamos ter capacidade de receber o pessoal do interior, que em sua maioria é indígena, no local preparado para eles, na sua cultura, na sua essência de povo indígena”, disse o ministro interino.
A inauguração também contou com a presença do titular da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, Robson Silva; da secretária de Saúde do Amazonas, Simone Papaiz; e de lideranças indígenas.
Regulação – A ala indígena do Hospital de Combate à Covid-19 disponibilizará 33 leitos clínicos e 20 de alta complexidade. Com isso, a unidade de referência para o novo coronavírus, inaugurada no dia 18 de abril, passa a contar com 148 leitos no total.
A Secretaria de Estado de Saúde (Susam) será responsável pela administração da nova ala e disponibilizará, além da estrutura física, pessoal e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), além de demais insumos e medicamentos.
Segundo a secretária Simone Papaiz, as transferências para a ala vão ser realizadas por meio da Central de Regulação do Amazonas. Os indígenas agravados serão prioritariamente referenciados para o Hospital de Combate, após atendimento inicial pela atenção primária, e removidos com base na avaliação clínica e no protocolo da unidade. No caso de pacientes do interior, as remoções são realizadas por UTI aérea.
Atendimento diferenciado
Todos os profissionais receberam orientações da Susam quanto ao atendimento humanizado que será oferecido aos pacientes indígenas. Entre os diferenciais estão a observação de hábitos alimentares, viabilização de protocolos clínicos e o compartilhamento de diagnósticos e condutas de saúde, respeitando as etnias e o quadro clínico de cada paciente.
Para proporcionar uma melhor adaptação dos indígenas ao tratamento hospitalar, o local contará com espaço destinado a um pajé, para que também seja oferecido aos pacientes o acompanhamento tradicional conforme cada cultura, além dos protocolos médicos convencionais.
A técnica de enfermagem Vanda Ortega, da etnia witoto, conheceu as instalações e destacou a importância da iniciativa. “A gente está na expectativa de que consiga se atender esse indígena da melhor forma possível para minimizar os impactos do Covid-19 na vida dos nossos povos”, afirmou.
Fotos: Diego Peres/Secom