Em 28 de julho é comemorado o Dia do Agricultor, profissional do campo responsável pela alimentação básica que chega à mesa do brasileiro. O Amazonas, mesmo com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), conseguiu movimentar R$ 4,2 milhões por meio das feiras realizadas pela Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS). Esse incentivo possibilitou a geração de renda para esta parcela da população.
A parceria entre o produtor rural e a ADS acontece em várias frentes, com o intuito de apoiar toda a cadeia da agricultura familiar com vistas à conquista de novas oportunidades para a comercialização, como o Programa de Regionalização da Merenda Escolar (Preme), o Balcão de Agronegócios que a Agência opera, no estado, e claro, as próprias feiras.
O resultado de todo este trabalho tem impactado na melhoria da qualidade de vida de centenas de homens e mulheres do campo no estado, como é o caso dos agricultores familiares da zona rural de Manaus, Nilton Cruz e Eliana Cruz. Casados há quase dez anos, eles comercializam seus produtos nas feiras da ADS.
É no Km 26 da rodovia AM-010 que estão montadas as dez estufas da plantação de hortaliças do casal. Eles já haviam tentado o ramo de turismo e outros serviços na área rural, porém sem êxito, e encontraram no cultivo de alimentos a melhor forma de garantir renda e tranquilidade para a família.
A produção oriunda da plantação dos agricultores abrange três tipos de alface, rúcula, agrião, coentro, entre outras hortaliças. O negócio, que iniciou em 2011, hoje garante um retorno financeiro satisfatório, segundo os produtores.
“A gente começou em 2011, com a montagem da primeira estufa, mas a gente ainda tinha que correr atrás para escoar a produção. Vendia em supermercado, e botavam algumas dificuldades. Bom mesmo foi quando abriram as feiras da ADS, aí a gente começou a escoar legal e se desenvolver melhor”, afirmou a agricultora Eliana Cruz.
Dos produtores para a população
A ADS também atende a demandas dos produtores em relação à regularização, acesso a programas públicos e aquisição de alimentos, o que proporciona um crescimento e desenvolvimento maior do setor primário a partir das políticas públicas desenvolvidas pelo Governo do Estado. Em contrapartida, são os pequenos agricultores que abastecem a mesa da maior parte da população, contribuindo para o aquecimento da economia local.
“A agricultura familiar é que realmente leva o alimento para a mesa dos consumidores, para a mesa do povão, porque os grandes produtores estão na exportação. É o pequeno (produtor) que leva a sua produção para as feiras, como é o caso das feiras da ADS, em que o produtor vende direto pro consumidor. Isso é importante para a economia do estado e para a economia das pessoas porque não há o atravessador”, destaca o agricultor Nilton Cruz.
Política de compra de alimentos
Mesmo com a pandemia do novo coronavírus e a interrupção das feiras de modo presencial, o setor primário não deixou de receber apoio.
A política emergencial de compra de alimentos da agricultura familiar adotada pelo Governo do Estado iniciou em março deste ano e beneficiou 396 famílias de 17 municípios durante três meses de ação. Ao todo, R$ 4,8 milhões foram investidos na aquisição de mais de mil toneladas de alimentos regionais oriundos da agricultura familiar. Esses alimentos foram doados a pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Outra importante ação, durante a período do pico da pandemia, foi o incentivo à aquisição de produtos pelo sistema delivery. Nesse sentido, a Agência realizou intensa campanha de divulgação do serviço.
“Embora a gente tenha feito essas aquisições, todos esses produtos foram distribuídos para pessoas em situação de vulnerabilidade, mas a ADS também continua atuando com o delivery, divulgando esses produtores, os piscicultores. O cliente que queria e quer fazer essa aquisição consegue por meio de telefone contratar, e aí o próprio produtor, o próprio piscicultor faz essa entrega”, afirma o diretor-técnico da ADS, Tomás Sanches.
Com base no calendário de retomada das atividades econômicas, as feiras da ADS retornaram no dia 30 de julho, seguindo todas as normas de segurança e higienização. Desde então, já movimentaram mais de R$ 1 milhão.
Valorização do agricultor
Valorizar o agricultor é, além de um incentivo à economia do homem do campo, uma forma de reduzir o êxodo rural, trazer alimentação de qualidade para a mesa do consumidor e ainda tornar o Amazonas autossustentável na produção de diversos alimentos.
Para o senhor Nilton, que possui a tarefa sagrada de alimentar boa parte da população, a valorização vem não só por meio das políticas públicas que levaram o Amazonas a ser um dos estados do país que mais fomenta a atividade agrícola, mas também por parte dos consumidores.
“Eu sinto que, muitas vezes, as pessoas não valorizam o produtor, que é aquela pessoa que trabalha, que leva para ser vendida a produção. Tratam diferente, e eu acho que deveriam tratar com mais respeito. [É preciso] levar mais conhecimento para essas pessoas. Acho que aí valoriza mais o produtor rural que tanto trabalha e luta”, comenta.
Apesar da atitude pouco empática de parte dos consumidores, o experiente agricultor não esconde a satisfação pelo trabalho que realiza e ainda, por ver o resultado de seu esforço.
“Você semeia, vê a germinação, o desenvolvimento, faz a colheita e leva para o consumidor. Na hora em que a pessoa vê ali aquela coisa linda para comprar, é um prazer muito grande ver a satisfação da pessoa, que está comprando para se alimentar daquilo que você produziu”, conclui o agricultor.
Informação Assessoria
Foto: Michell Mello/Secom