A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) celebra, nesta sexta-feira (28), 58 anos de atuação estratégica e vital para o desenvolvimento da Amazônia Ocidental e do Amapá. Criada pelo Decreto-Lei nº 288, em 1967, a Suframa tem sido um dos pilares da integração regional, transformando a Zona Franca de Manaus (ZFM) em um modelo de desenvolvimento econômico e sustentabilidade, reconhecido tanto no Brasil quanto no exterior.
Ao longo desses quase seis décadas, a ZFM não apenas gerou um impacto econômico significativo, com o Polo Industrial de Manaus (PIM) faturando um recorde de R$ 204 bilhões em 2024 e criando mais de 120 mil empregos diretos, mas também desempenhou um papel crucial na preservação ambiental. A concentração da atividade industrial em uma área delimitada e com baixo impacto na exploração de recursos naturais permitiu que 98% da mata nativa do Amazonas fosse preservada. Esse modelo é um exemplo mundial de como é possível conciliar desenvolvimento econômico com a preservação da biodiversidade.
A Suframa foi responsável pela reconfiguração da Zona Franca nos anos 1960, quando a região enfrentava desafios de infraestrutura e estava distante dos principais centros consumidores. O Decreto-Lei nº 288 transformou a ZFM em um polo industrial, comercial e agropecuário, que, com o tempo, se expandiu para abranger toda a Amazônia Ocidental, incluindo os estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima e Amapá, com o objetivo de reduzir as desigualdades regionais e fomentar a industrialização.
O impacto da ZFM foi ampliado com a extensão dos incentivos fiscais para a área de Macapá-Santana, a criação de benefícios específicos para a industrialização de produtos com matérias-primas da Amazônia e, mais recentemente, com a prorrogação dos incentivos fiscais até 2073, permitindo um horizonte de estabilidade para o crescimento da região. Esses incentivos ajudaram a atrair grandes investimentos e a aumentar o número de empregos gerados, com um crescimento de 14 mil novas vagas no PIM em 2024.
Em entrevista, o superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, destacou que a atual gestão está voltada para a diversificação da economia, com foco em áreas estratégicas como a bioeconomia, a mineração sustentável, o turismo e a Indústria 4.0. A meta é incentivar a modernização das empresas, estimulando a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) e reforçando a presença da tecnologia no processo produtivo. “Vamos ter grandes avanços em 2025 em relação à modernização dos sistemas da Suframa e na criação de um ambiente mais favorável para o crescimento do setor industrial”, afirmou.
Além disso, a Suframa busca também intensificar a interiorização do desenvolvimento, levando informações e recursos para outros municípios da Amazônia e promovendo a integração regional por meio de iniciativas como a Jornada de Integração Regional. A Autarquia tem investido em projetos de qualificação de mão de obra, com programas educacionais de especialização, mestrado e doutorado, além de parcerias estratégicas com universidades e centros de pesquisa no Brasil e no exterior.
Outro desafio que a Suframa tem enfrentado é a regularização fundiária, principalmente no Distrito Industrial e no Distrito Agropecuário. A luta contra a invasão das terras da Autarquia é uma prioridade, e a busca por soluções definitivas, como a regularização fundiária, é vista como essencial para garantir a continuidade do desenvolvimento ordenado da região.
Em termos de sustentabilidade, a Suframa continua a investir em práticas de governança que assegurem o equilíbrio entre o crescimento econômico e a preservação ambiental. No próximo dia 21 de março, a Autarquia realizará o 2º Fórum ESG (Environmental, Social and Governance) Amazônia, em parceria com o Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), reforçando seu compromisso com práticas responsáveis que favoreçam o meio ambiente e melhorem a qualidade de vida da população local.
A reforma tributária também foi um marco importante para a Suframa e a ZFM, garantindo a manutenção dos benefícios fiscais e aumentando a atratividade da região para novos investimentos. Graças a essa reforma, a Suframa já viu um aumento significativo na procura por incentivos e novos projetos industriais, com consultas informais sobre a instalação de empresas na região disparando após a aprovação das novas normas tributárias.
Em relação à infraestrutura, a Suframa está apostando na modernização de suas operações, como o desenvolvimento de novos sistemas de gestão e o uso de novas tecnologias para facilitar a interação com as empresas e a população. O superintendente Bosco Saraiva também anunciou a implementação de uma nova rota rodo-fluvial, a partir do Porto de Chancay, no Peru, que facilitará o escoamento da produção e o transporte de insumos pela região, principalmente para municípios do interior, como Tabatinga, que se beneficiará do alfandegamento no Alto Solimões.
A Suframa, ao completar 58 anos, segue como um modelo de desenvolvimento regional que integra aspectos econômicos, sociais e ambientais, e promete continuar desempenhando um papel crucial na transformação da Amazônia em um polo de inovação e sustentabilidade. O futuro da Autarquia, alinhado aos avanços tecnológicos e à diversificação da economia, é promissor, com um foco cada vez mais forte na geração de emprego e renda, na qualificação profissional e na preservação dos recursos naturais que fazem da região Amazônica um patrimônio mundial.